A HORTA EDUCATIVA
Quando Dona Cidália reuniu os filhos menores de Dona Maria João de Deus, observou que eles precisavam do grupo escolar.
O Sr. Cândido Xavier, pai da numerosa família, foi consultado.
Entretanto, a situação era difícil. 1918, a época a que nos referimos, marcara a passagem da gripe espanhola.
Tudo era crise, embaraço.
E o salário, no fim-de-mês, dava escassamente para o necessário.
Não havia dinheiro para cadernos, lápis e livros.
A madrasta, alma generosa e amiga, chamou o enteado e lembrou:
— Chico, vocês precisam ir à escola. E como não há recurso para isso, vamos plantar uma horta.
Adubaremos a terra, plantarei os legumes e você fará a venda na rua... Com o resultado, espero que tudo se arranje.
— A senhora pode contar comigo, — prometeu o menino.
A horta foi plantada.
Em algumas semanas, Chico já podia sair à rua com o cesto de verduras.
— Olhem a couve, a alface! Almeirão e repolho!...
E o povo comprava.
Cada molho de couve ou cada repolho valia um tostão.
Dona Cidália guardava o produto financeiro num cofre.
Quando abriram o cofre, Dona Cidália, feliz falou para o enteado:
— Você está vendo o valor do serviço? Agora vocês já podem frequentar as aulas do grupo.
E foi assim que, em janeiro de 1919, Chico Xavier começou o A-B-C.
Do livro: Lindos Casos de Chico Xavier// Ramiro Gama.
Paz a todos...
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