Grandes Divulgadores e Pesquisadores da Doutrina Espírita
Charles Richet: o fundador da Metapsíquica; Charles Richet nunca se declarou espírita, mas sim, um estudioso dos fenômenos metapsíquicos. Não podemos, portanto, classificar Charles Richet como um continuador da obra de Allan Kardec, já que na verdade Richet reserva um espaço de duas páginas em um Tratado de mais 700 àquele que poderia ter sido um de seus mestres. Desvendou um caminho distinto, sem evidentemente desconhecê-lo tanto, e que o classifica na categoria de iniciador romântico da Metapsíquica, reconhecendo em Kardec, a quem se refere como Dr. H. Rivail, algum apreço pela investigação científica, mas que, no entanto, se levou demais a acreditar que as comunicações dos Espíritos através dos médiuns eram destituídas de erros, desde que as mesmas emanassem de bons Espíritos. Foi companheiro de jornada de homens do vulto de um Gustavo Geley, Gabriel Delanne e Ernesto Bozzano. Este último seu grande amigo e com quem duelaria no campo da ciência.
Ernesto Bozzano: Positivista dos mais eméritos, Bozzano apaixonou-se por todos os ramos do saber humano, entregrando-se ao estudo dos grandes filósofos. Declarou: “Fui positivista-materialista a tal ponto convencido, que me parecia inverossímel pudessem existir pessoas cultas, dotadas normalmente de sentido comum, que pudessem crer na existência e sobrevivência da alma".Mais que experimentador foi um pesquisador, organizador e comentador (sob este aspecto freqüentemente considerado pouco crítico) dos fenômenos relativos à riquíssima literatura metapsíquica do seu tempo, na qual a relação dos visionários, dos crédulos, dos mitômanos e dos charlatães era, por larga margem, mais numerosa que a dos estudiosos sérios. Após o lançamento do famoso livro de Gurney, Podmore e Myers: "Fantasmas dos Vivos", relatando grande número de casos devidamente controlados e bem documentados; finda-se as dúvidas de Bozzano em torno da crença na existência de fenômenos telepáticos. Daí por diante dedicou-se, com fervor, ao estudo dos fenômenos espíritas, através das obras de Kardec, Léon Denis, Delanne, Gibier, Crookes, Wallace e outros. Formou um grupo com a participação do dr. Giuseppe Venzano, Luigi Vassalo e os professores Enrique Morselli e francisco Porro, da Universidade de Genova. No decurso de cinco anos consecutivos, esse grupo deu o que falar à imprensa italiana e estrangeira, pois praticamente havia se obtido a realização de quase todos os fenômenos, culminando com a materialização de seis espíritos perfeitamente visíveis, e com a mais rígida comprovação. Um fato novo veio contribuir para robustecer a sua crença no Espiritismo. A desencarnação de sua mãe, em julho de 1912, serviu de ponte para demonstração da sobrevivência da alma.
Alexandre Aksakof: Diplomata russo, conselheiro de Alexandre III. Doutorou-se em filosofia e se notabilizou na investigação e na análise dos fenômenos espíritas durante o século XIX. Foi professor da Academia de Leipzig e fundador, em 1874, da revista Psychische Studien(Estudos Psíquicos), na Alemanha. Em 1891, lançou em Moscou a revista de estudos psíquicos Rebus, a primeira do gênero na Rússia. Criou adeptos entre cientistas e filósofos de seu tempo, que, através de experiências feitas com médiuns famosos como Daniel Dunglas Home, levou a Rússia a formar a primeira comissão de caráter puramente científico para o estudo dos fenômenos espíritas. Sustentou longa polêmica e refutou as explicações materialistas do filósofo alemão Von Hartmann, discípulo de Schopenhauer, que atribuía todos os fenômenos espíritas a manifestações do inconsciente ou a charlatanismos. Efetivou numerosas experiências e observações científicas com o concurso da médium italiana Eusapia Palladino, que serviram de fundamentação para sua obra mais importante: Animismo e Espiritismo assim como, ao estudar a mediunidade da médium inglêsa conhecida como Elizabeth d'Espérance, testemunhou um evento sobre o qual escreveu a obra "Um Caso de Desmaterialização".
Cesare Lombroso: Médico, cirurgião e cientista italiano. Lombroso ridicularizou as manifestações espíritas com a publicação do opúsculo "Studi sull'ipnotismo" (Turim, 1882). Entretanto, a convite do conde Ercole Chiaia para que estudasse melhor o assunto, participou de sessões com a médium italiana Eusápia Palladino, convencendo-se de que eram fenômenos reais. As pesquisas que realizou com essa médium encontram-se publicadas na obra "Hipnotismo e Mediunidade". Durante muitos anos, negou os alegados fenômenos psíquicos e espirituais como charlatanice e credulidade simplória. Porém, após assistir a algumas sessões mediúnicas realizadas por Eusápia Paladino, considerou como autênticas as produção dos fenômenos e das manifestações espirituais, começando suas pesquisas.
Em 15 de julho de 1891 foi publicada uma carta onde declarou sua rendição ao espiritismo: Estou muito envergonhado e desgostoso por haver combatido com tanta persistência a possibilidade dos fatos chamados espiríticos; digo fatos, porque continuo ainda contrário à teoria. Mas os fatos existem, e deles me orgulho de ser escravo.
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