1.12.10

O HOMEM "MEIO"



Como ele mesmo diz, seu nome não é completo. Chama-se Meiolindo. Até no centro espírita que frequenta, o pessoal acha graça desse nome, pois ele meiolindo é, sim, meio feioso.

O termo sempre foi, em toda a sua vida, uma palavra fatal, a começar pelo seu nascimento, uma criança robusta, de quatro quilos e meio. O local de nascimento chama-se Rancho das Flores, que, como o nome sugere, está em meio a um jardim.

Desde a escola primária, sempre viveu em meio aos livros. No colégio normal, andava meio confuso, pois não sabia se iria lecionar ou não, depois de formado. Namoradas teve poucas, pois sempre foi meio tímido. Um detalhe curioso é que duas delas sempre ficava, na coluna do meio, pois nunca se posicionaram como namoradas verdadeiramente. Eram, simplesmente, grandes amigas. Neste ponto, ele sempre agiu com meio termo, e em meio a tanta indefinição, nunca se casou.

Muito criativo, é meio escritor, meio cronista e meio poeta. Devido à facilidade que tem de escrever, nunca tirou, no ginásio, nota inferior a oito e meio, nas redações sugeridas pela professora de Português. Nos lugares onde trabalhou, olhavam-no como um homem meio chegado às Letras. Tanto que num deles, recebeu a sugestão de sua chefe, que em meio a muitos conselhos, disse que ele só seria bem sucedido se seguisse uma carreira da área de Ciências Humanas. Em meio a tudo isso, resolveu estudar jornalismo. Após o curso, andou meio zonzo à procura de emprego, encontrando-o num jornal de bairro, onde manteve uma coluna espírita, durante quatro anos e meio.

Na verdade, Meiolindo escreve desde a segunda série ginasial, dizendo sempre em meio termo o que poderia dizer integralmente, porque o seu estado de espírito flui nos seus textos. Sempre foi meio idealista, meio sonhador, e muitas vezes, meio distraído.

Mas o melhor do Meiolindo é que ele tem bom coração, doa-se integralmente ao voluntariado espírita, meio numa instituição, meio em outra. E o que é mais interessante, ele se desdobra em várias atividades. É meio redator, meio revisor, meio digitador, meio escritor; meio analista de livros, meio expositor, meio conselheiro.

Às vezes é meio sério, outras vezes é meio brincalhão; meio mundo gosta dele, meio mundo o vê com reserva. Enfim, como ele mesmo diz que "sempre há um chinelo velho para um pé doente", fica meio estremecido emocionalmente, quando encontra, numa das instituições espíritas, a colega que o trata de "meu Meiolindão, razão do meu viver meio atrapalhado!".

Ciço di Niro 
site:Comunidade Espírita

bjs,soninha


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