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21.9.16

Trovas!


Ari, filho de Zefinha,
Guloso como ele só,
Comia porco, galinha,
E outros bichos, sem dó.


O Zequinha da farmácia,
Chamava sua atenção,
"Atrás da carne macia,
Vem males pro coração!"


Mas Ari nem lhe ouvia,
Teimoso feito criança,
A coisa que mais queria,
Era encher sua pança.


No aniversário da Bia,
Comeu feito um condenado,
Logo entrou em agonia,
Com o coração enfartado.


Fica aqui uma lição,
Pra quem come sem medida,
Quem sofre é o coração,
Com excesso de comida!


Espírito Cornélio Pires,
Médium Chico Xavier

Paz e Luz!

10.5.16

Juquinha



Noite alta..... Por fora de um telheiro,
O pequeno Juquinha
morre ao vento...
Enjeitado e sozinho... Está sedento,
Nas aflições do instante derradeiro.
Lembra os dias de humilde jornaleiro,
Pensa vender notícias ao relento,
Geme e delira, olhando o firmamento.
Nisso, aparece
um jovem no terreiro...
Vem de manso e convida:
– “Vem, Juquinha!...”
O pobre larga o corpo
a que se aninha...
– “Quem é você?” – pergunta,
ri-se e chora!...
– “Sou Jesus!...” – diz o moço,
ao dar-lhe o braço...
E os dois sobem na luz
do imenso espaço,
Numa estrada de lírios
cor de aurora!...

(Extraído do livro “Poetas
Redivivos”, 

Espírito Cornélio Pires
psicografado por Francisco Cândido Xavier.

17.1.12

Cousas das Trevas


COUSAS DAS TREVAS

Em carta você pergunta
Minha irmã Zina Belém,
O que se pensa do aborto
Na vida do Grande Além.

Desejaria falar
Em verbo claro e graúdo!...
Só sei dizer que onde moro
Aborto complica tudo.

Muitos prometem dar corpo
A credores e a colegas.
Nascem, crescem... Mas depois,
Caminham vivendo às cegas.

Espíritos recusados
Na fúria louca em que estão
Promovem desequilíbrio,
Conflito, perturbação.

E a Lei que tudo corrige
Perante o aborto ilegal
Entrega o problema à dor
Extraindo o bem do mal.

Pode crer: mancha de culpa
Na roupa do pensamento,
Somente desaparece
Com o sabão do sofrimento.

Olhe a tragédia de Ertúzia
Prometeu corpo a Joaquim,
Fugiu do trato, mas hoje
Sofre doenças sem fim.

Téo praticou muito aborto,
Em pobres moças da roça,
Depois entrou na bebida,
Caindo de fossa em fossa.

Dona Helena do Lagedo
Fez os abortos que quis,
Morreu e tornou à Terra
Doente, triste e infeliz.

Lili fez muitos abortos...
Desencarnou em Portela..
Quer nascer... Pede socorro,
Mas o povo corre dela.

Outra arrasava os pequenos
A jorros de água fervente,
E Tuta que, alucinada,
Só vê crianças à frente.

Belinha nasceu no mundo
Para dar corpo ao Libório,
Depois de expulsá-lo a ferros,
Rumou para o sanatório.

Por aborto, lá se foi
Aninha do Desidério...
Da parteira Dona Cissa
Passou para o necrotério.

Tina expulsou quatro vezes,
O espírito de João Róssi,
Logo após, caiu de cama,
Morreu de câncer precoce.

Teotônia fez vinte abortos
Em várias moças da Estaca...
Morreu e voltou ao mundo
Trazendo a cabeça fraca.

Amargosa provação
A de Ninhanha Ventura,
Seis abortos, seis problemas,
Obsessão e loucura.

Muito espírito conheço
Que sonhava paz e amor,
Que não podendo ser filho
Tornou-se perseguidor.

Cada qual é responsável
No amor que aceita ou que alcança;
Compromisso a cada um,
Mas que se poupe a criança.

Maternidade é tarefa,
Luminoso compromisso,
Um filho é bênção de Deus,
Não proteste, pense nisso.

Quando o aborto é indispensável
Tem a justa explicação,
Mas fora desse caminho
Aborto é perturbação.

Minha irmã, fuja do aborto,
Se um filho é a bênção que levas...
Aborto desnecessário
É sempre cousa das trevas.

Cornélio Pires

Xavier, Francisco Cândido. 
Da obra: Retratos da Vida. 
Ditado pelo Espírito Cornélio Pires. .

abçs,

19.2.11

Impressões Depois da Morte




IMPRESSÕES DEPOIS DA MORTE


Recebi sua pergunta,
Meu caro Tito Belém,
Sobre os momentos primeiros
De nossa vida no Além.


A pergunta é pequenina,
No assunto como se aponta.
Mas a resposta, a rigor,
Seria livros sem conta.


A morte é assim, qual a vida:
Renovação sem atraso...
Cada vida – nova história,
Cada morte – novo caso.


Embora o pouco que diga
Naquilo que eu não sabia,
Posso falar, de algum modo,
Sem muita filosofia.


Entre os que deixam a Terra,
Vê-se enorme diferença ;
Cada pessoa que parte
Está naquilo que pensa.


Quem viveu para o trabalho,
Sempre em serviço constante,
Estudando e construindo,
Não pára, segue adiante...


Entretanto, a maioria
Continua, muitas vezes,
Nos caprichos preferidos,
Por muitos e muitos meses.


Recorde nessa matéria,
O nosso amigo João Pio :
Morreu no abuso da pesca
E vive à beira do rio.


Anita do apego aos ouros,
No Roçado das Gibóias,
Sem corpo vive atracada
Em velha caixa de jóias.


Finou-se em brasas da ira,
O nosso Adálio Godinho.
Hoje, é um fantasma de casa,
Gesticulando sozinho.


Morreu apostando em bichos
O nosso Cecílio Luz.
Desencarnado ele clama
Por touro, cabra e avestruz...


Atarracado à cobiça
O Antonico do Hemetério,
Sem corpo, enxerga diamantes
Nas pedras do cemitério.


Bebia em caneco grande
Teotônio de Xique-Xique.
Desencarnado, deitou-se
Quase à frente do alambique.


Agarrado a bois de preço
Finou-se Juca Beiral.
Sem corpo, é um rondante aos gritos
Fiscalizando o curral.


Vivendo de sombra e rede,
Morreu Flausina da Granja.
Hoje é um fantasma de leito,
Pedindo prato de canja.


Tiro lá, tiro de cá,
Tombou Lino Santarém.
Desencarnado, quer briga,
Mas já não acha com quem.


Morreu perseguindo a muitos
Nhô Nico de João da Venda.
De tanta culpa ele é hoje
Assombração na fazenda.


Parada em sono e doença
Faleceu Joana Mangaba.
Depois da morte, carrega
Doença que não se acaba.


Sempre fugiu do trabalho
Dona França da Abadia.
Sem corpo, ela própria clama
Que sofre paralisia.


A Lei de Deus, caro amigo,
É clara, simples, segura...
Tudo o que temos na vida
É aquilo que se procura.


Deus nos inspire e nos guarde,
A verdade é isso aí...
Cada qual acha na morte
Aquilo que fez de si.


Do livro Amanhece.
Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

bjs,soninha


30.1.11

Incêndio em São Paulo



INCÊNDIO EM SÃO PAULO


Céu de São Paulo... O dia recomeça...
O povo bom na rua lida e passa...
Nisso, aparece um rolo de fumaça
E o fogo para cima se arremessa.

A morte inesperada age possessa,
E enquanto ruge, espanca ou despedaça,
A Terra unida ao Céu a que se enlaça
É salvação e amor, servindo à pressa...

A cidade magoada e enternecida
É socorro chorando a despedida,
Trazendo o coração triste e deserto...

Mas vejo, em prece, além do povo aflito,
Braços de amor que chegam do Infinito
E caminhos de luz no céu aberto...


Cornélio Pires

bjs,soninha


A idéia de que um ente querido tenha cometido crimes tão bárbaros às vezes não é bem aceita e muitos se revoltam diante dessas explicações, mas, conhecendo-se um pouco mais acerca do estágio evolutivo da Humanidade terrestre e do quanto é passageira e impermanente a vida humana, a compreensão se amplia e aceitam-se de forma mais resignada os desígnios do Criador. Por outro lado, que outra explicação atenderia melhor às nossas angustiosas indagações?

Estas orientações do Plano Maior sobre as provações coletivas expressam, é óbvio, o que ocorre igualmente no carma individual. Todavia, é compreensível que muitos indaguem como seria feita a aproximação dessas pessoas envolvidas em delitos no passado. A literatura espírita, especialmente a mediúnica, tem trazido apreciáveis esclarecimentos sobre essa irresistível aproximação que une os seres afins, quando envolvidos em comprometimentos graves. A culpa, insculpida na consciência, promove a necessidade da reparação.


bjs,soninha


Soneto Ideal do Caboclo,


 
SONETO IDEAL DO CABOCLO

prá minha filicidade,
um bão fandango por dia
e um pala de qualidade.

Pórva, espingarda e cutia,
Um facão fala-verdade,
E uma viola de harmunia,
Prá mata minha sodade..

Um rancho na bêra dágua,
Vara de anzó, pôca mágua,
Pinga boa e bão café.

Fumo forte de sobejo;
Pra cumpretá meu desejo,
Cavalo bão e muié...

Cornélio Pires



Soneto escrito em 1910, aos vinte e seis anos de idade 
quando lançou o seu primeiro livro "Musa caipira".

bjs,soninha


7.1.11

Cornélio Pires



ENTREVISTANDO O ESPÍRITO CORNÉLIO PIRES - Para Alceu Costa Filho, o médium de Belo Horizonte, trabalhar espiritualmente com o Cornélio Pires sempre é uma grande alegria. Ele nos deixa à vontade, apresenta-se sempre risonho, bem-humorado, é otimista e consolador nos momentos de dificuldade. As respostas de Cornélio durante uma original entrevista mediúnica confirmam as palavras de Alceu, ele mesmo, novamente, servindo de instrumento para a manifestação desse espírito incrível, que respondeu, criativamente, por meio de suas costumeiras trovas:


Como foi sua passagem para o mundo espiritual?

Nasci como Cornélio Pires
Buscando ser um homem de fato
Voltei para a pátria de origem
Sem poder assinar Cornélio Prato.


Em que local se encontra hoje?

Neste grande universo de Deus
Não tenho endereço confirmado
Mas garanto aos amigos
Bem escutar quando sou chamado.


Quem encontrou do outro lado da vida?

Encontrei muitos amigos
Preferencialmente os credores
Todos esperando sua vez
De beneficiar-se de meus favores.

Seu trabalho com o médium Alceu vai continuar?

Muita coisa ainda a ser feita
Para minhas contas resgatar
Se Deus assim o permitir
Espero muito ainda realizar.


Reconhecido pelo seu talento, respeitado pelos críticos da época, aplaudido pelo povo, Cornélio identificou-se com a Doutrina Espírita quando sentiu de perto a autenticidade das manifestações mediúnicas. A mesma mediunidade que hoje nos possibilita a leitura de "Ao entardecer de uma existência", uma nova investida de Cornélio na direção de um estilo mais dissertativo, conservando seus traços inconfundíveis de simplicidade e bom humor.

É inevitável considerar Cornélio Pires um exemplo de vitalidade e juventude, ele mesmo que, aos setenta e quatro anos, iniciava a construção de uma obra assistencial dedicada à criança carente e encontrava tempo e disposição – driblando seus problemas de saúde – para escrever mais uma obra espírita.

Batizado por engano com o nome de Cornélio – sua mãe queria Rogério, mas o padre, traído pela surdez, registrou o que imaginou ouvir – o escritor paulista nasceu antes da hora, depois de um escorregão de sua mãe, dona Nicota. A lembrança da vida e obra de Cornélio Pires é, por si mesma, uma comprovação segura de que "Ao entardecer de uma existência" confirma a realidade: nunca é tarde para viver e empreender os nossos ideais. A espiritualidade nos reserva sempre o seu apoio e novas oportunidades para recomeçar.



bjs,soninha




Religiao Espírita