5.5.13

Moisés Proibiu Precisamente o Que o Espiritismo Proíbe.



A  condenação do Espiritismo pela Bíblia, que é a mais citada e repetida, figura no Cap. 19 do Deuteronômio. É a condenação de Moisés, que vai do versículo 9 ao 14. A  tradução, como sempre, varia de um  tradutor para outro, e às vezes nas diversas edições da mesma tradução. Moisés proíbe os judeus, quando se estabeleceram em Canaã, de praticar  estas abominações: fazer  os filhos passarem pelo fogo; entregar­-se à adivinhação, prognosticar, agourar  ou fazer feitiçaria; fazer  encantamento, necromancia, magia, ou consultar  os mortos. E  Moisés acrescenta, no versículo 14: "Porque essas nações, que hás  de possuir, ouvem os  prognosticadores e os adivinhadores, porém a ti o Senhor  teu Deus  não permitiu tal coisa". Assim está na tradução de Almeida, mas variando de forma, por exemplo, na edição das Sociedades Bíblicas Unidas e na edição mais recente da Sociedade Bíblica do Brasil. 

Na primeira dessas edições (ambas da mesma tradução de João Ferreira de Almeida)  lê­se, por  exemplo: "quem  pergunte a um espírito adivinhante", e na segunda: "quem consulte os  mortos". Na tradução de António Pereira de Figueiredo, lê­se: "nem  quem  indague dos mortos a verdade". Qual delas estará mais de acordo com o texto? Seja qual for, pouco importa, pois a verdade dita pelos mortos ou pelos vivos (estes, mortos na carne)  é que tudo isso que Moisés condena, também o Espiritismo condena. Não esqueçamos, porém, de que a condenação de Moisés era circunstancial, pois os povos de Canaã, que os judeus iam  conquistar  a fio de espada, eram  os que praticavam  essas coisas. Mas a condenação do Espiritismo é permanente e geral, pois o Espiritismo, sendo
essencialmente cristão, não se interessa por  conquistas guerreiras e não faz divisão entre os povos. 

Kardec adverte em O Evangelho Segundo o Espiritismo, livro de estudo das partes  morais do Evangelho: "Não soliciteis milagres nem prodígios ao Espiritismo, porque ele declara formalmente que não os  produz". (Cap. XXI: 7). Em O Livro dos Médiuns, Kardec adverte: "Julgar o Espiritismo pelo que ele não admite, é dar  prova de ignorância e desvalorizar a própria opinião". (Cap. 11:14). Em A Gênese e em O Livro  dos Espíritos, como nos já citados, Kardec esclarece que a finalidade da prática espírita é moralizar  os  homens e os povos. Quem conhece o Espiritismo sabe que todo interesse pessoal, particular, é rigorosamente condenado. Adivinhações, agouros, feitiçaria, encantamentos, consultar  interesseiras, são práticas de magia antiga, que Moisés condenou, como o Espiritismo condena hoje. Mas o próprio Moisés aprovou mediunidade moralizadora, a prática espiritual da relação com  o mundo invisível, como veremos.
Visão Espírita da Bíblia
J. Herculano Pires

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