Querida mãezinha.
Sei que estou em outra vida, mas não muito distante.
Muita gente pensa que a pessoa sai da terra e esquece tudo. Mas não é assim.
Desde que a tia Irma me trouxe para onde estou, não esqueço de você nem do papai.
Moro num parque com uma escola e muitas flores. Tenho muitos companheiros mas você está sempre em minha lembrança.
Senti tantas saudades que tia Irma já me levou duas vezes para nosso encontro e me conduziu também até a nossa casa para ver o papai.
Mamãe, eu a beijei e a abracei tanto, mas você não me viu.
Notei seu rosto triste e cansado.
E, quando à noite, vi o papai, sozinho, pensando em nós, em nossa casa tão grande, chorei muito.
Volte mamãe!
Por que não podemos viver juntos?
Em nossa casa, tudo está na mesma. As xícaras que você gosta estão guardadas na cristaleira, e nas paredes do quarto grande estão os seus quadros de rezar.
Só encontrei uma diferença: parece que a casa está doente, com muito frio, e aquela jarra da sala grande, em que você colocava flores, está vazia e atirada num canto.
Pode crer que o papai é muito triste sem você.
Volte mamãe!
Penso que Deus nos reuniu para vivermos juntos.
Hoje acho que o céu é a felicidade de estar mais perto uns dos outros.
Volte, volte para nós.
Vou dizer uma coisa que a tia Irma me contou em segredo. Ela disse que, quando você voltar para nós, eu vou ser seu filho outra vez.
Volte, mamãe!
Muitos beijos e muitas saudades do seu filho, Betinho.
Psicografia de um garotinho à sua mãe que havia abandonado o lar.
Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em mensagem recebida por Francisco Cândido Xavier, em reunião pública do Grupo Espírita da Prece, na noite de 06/03/76, em Uberaba-MG
bjs,soninha
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