20.5.11

Mediunidade



1
DEFININDO CONCEITOS
Para melhor compreensão do modo por que entendemos e definimos a mediunidade, aqui resumimos os argumentos de alguns capítulos, para dizer: — à medida que evolui e se moraliza; o indivíduo adquire faculdades psíquicas e aumenta, conseqüentemente, sua percepção espiritual.
A isso denominamos :  
MEDIUNIDADE NATURAL.
A muitos, entretanto, ainda que atrasados em sua evolução e moralmente incapazes, são concedidas faculdades psíquicas como graça. Não as conquistaram, mas receberam-nas de empréstimo, por antecipação, numa posse precária que fica dependendo do modo como forem utilizadas, da forma pela qual o indivíduo cumprir a tarefa cujo compromisso assumiu, nos planos espirituais ao recebê-la.

A isso denominamos:
MEDIUNIDADE DE PROVA.

2
CONSIDERAÇÕES GERAIS ORTODOXIA 

Já é tempo de se abandonar a ortodoxia, deixar de parte qualquer propensão a misticismo, para verificar as lacunas que porventura existam noedifício maravilhoso da codificação kardequiana.

Um século já transcorrido, bem se pode agora, sem embargo da admiração e do respeito que nos inspira a majestade da obra realizada pelo grande Missionário, perguntar:
— Está ela completa?—Há algum detalhe que não tendo sido,naquela época, devidamente explicado, possa sê-lo agora?

— Alguma coisa a rever ou encarar de forma mais avançada?

A primeira resposta é: não há obra completa das realizadas por mão humana; não evolui e toma, dia a dia, aspectos novos; a vida é mudança e seu ritmo se processa no tempo sem limites.
A verdade eterna, revelada em parte por Moisés, Buda, Zoroastro e outros enviados do Cristo planetário, que desceram à Terra em épocas diferentes; exemplificada pelo próprio Mestre quando viveu entre nós e sob aspectos mais perfeitos; desenvolvida enfim, com mais detalhes, pelos autorizados Mensageiros que ditaram a Terceira Revelação ainda em curso sofrerá, ao perpassar dos séculos, com o apuramento espiritual do homem, desdobramentos mais amplos e mais altos.


E às demais a resposta é: sim; há detalhes que convém rever ou encarar,segundo pontos de vista mais atualizados.
Haja vista, por exemplo, a mediunidade.

Encarada, na Codificação, sob quase todos seus aspectos (1)

(1) A codificação não tratou p. ex. dos fenômenos de voz direta.Não foi todavia classificada ou dividida, tendo sido, porém, quanto à sua natureza, considerada fenômeno orgânico.


Podemos então agora fazer uma revisão e penetrar mais a fundo em certos assuntos sem contudo nos abalançarmos a atentar, de alguma forma, contra as bases fundamentais da doutrina?
Talvez o possamos e crer o contrário seria negar a lei do progresso — que é incessante e irresistível —; seria ir de encontro ao próprio caráter divino da  revelação, que é também progressiva e metódica.

E como a Verdade tem que ser conquistada pelo homem, passo a passo, milímetro a milímetro, já que somente lhe é concedida na medida do próprio mérito, devemos tentar agora esse esforço, para conhecer melhor esses detalhes e torná-los mais acessíveis.
É preciso provocar um movimento de opinião nesse rumo e interessar nele todos aqueles que tenham boa vontade e amor a doutrina que, como sabemos, e a única que pode realizar no homem a reforma espiritual exigida pelo Cristo.

E este livro é uma pequena contribuição nesse sentido.

Talvez o possamos e crer o contrário seria negar a lei do progresso — que é incessante e irresistível —; seria ir de encontro ao próprio caráter divino da revelação, que é também progressiva e metódica.

E como a Verdade tem que ser conquistada pelo homem, passo a passo, milímetro a milímetro, já que somente lhe é concedida na medida do próprio mérito, devemos tentar agora esse esforço, para conhecer melhor esses detalhes e torná-los mais acessíveis.
É preciso provocar um movimento de opinião nesse rumo e interessar nele todos aqueles que tenham boa vontade e amor a doutrina que, como sabemos, e a única que pode realizar no homem a reforma espiritual exigida pelo Cristo.
E este livro é uma pequena contribuição nesse sentido.

TEORIAS SOBRE MEDIUNIDADE
Há muitas teorias e explicações sobre mediunidade e vamos passar-lhes aqui uma ligeira revista sem contudo nos determos em analisá-las.
1) A da mistificação. Tudo é resultado de arranjos, habilidades mecânicas,truques.

2) A da ilusão. Nada, há de real; há somente ilusionismo. Os realizadores e assistentes de trabalhos espíritas ficam alucinados, sugestionados e por isso vêm, sentem e ouvem coisas que não existem.

3) A demoníaca. Tudo é obra de demônios, porque nenhuma entidade“celeste”pode andar pelo espaço em liberdade, falar com os vivos ou fazer-se passar por almas de mortos. Somente o diabo o pode, por ser rebelde às leis divinas.
4) A dos elementais.Os elementos da natureza,sêres não humanos,como gnomos, silfos, fadas e gênios, formas inconscientes e inferiores da vida, atuam sôbre os homens em certas circunstâncias, produzindo manifestações e fenômenos insólitos.

5) A dos cascões astrais. As almas dos mortos verdadeiramente não influem sobre os homens a não ser em casos muito raros; mas seus cascões astrais,que são envoltórios semi-materializados e destinados à decomposição,após a morte, como sucede também com o corpo físico, atuam sôbre os sensitivos e produzem fenômenos. Esta é a teoria predileta dos teósofos.

6) A da loucura. Os médiuns são indivíduos anormais, loucos mais ou menos pacíficos e tudo o que dizem e fazem é resultado de sua própria perturbação mental.

7) A da emoção. Segundo os swedenborguianos, o mundo espiritual nos rodeia e, sob a ação de uma emoção forte, os sentidos podem adquirir um desenvolvimento anormal que permite ligações com o mundo dos Espíritos.

8) A do automatismo psicológico.Toda idéia tende a realizar-se e todas as manifestações ditas mediúnicas são simples fenômenos do sub-consciente individual.

9) A da força psíquica. Há indivíduos que possuem uma fôrça especial e definida, magnetismo, fluído nervoso ou o que quer que seja, que produz os fenômenos.

10) A de S. Martinho. Pode-se chegar pela graça dos próprios méritos a estabelecer ligações com a divindade.

11) A do dom. A mediunidade é um dom que será derramado sobre uns e outros segundo a vontade de Deus.

12) A do batismo do Espírito Santo. A mediunidade é uma virtude que baixará sôbre todos aqueles que forem beneficiados pelo Espírito Santo.

13) A do• personalismo. O sub-consciente dos sensitivos tem a tendência de apropriar-se do nome e do caráter de personalidades estranhas, reproduzindo-os em seguida. Esta teoria confunde-se com a do automatismo psicológico.

14) A do animismo, O sensitivo sofre um desdobramento de consciência que se coloca fora do corpo físico, formando um centro de fôrça que produz fenômenos não só psíquicos como também físicos e plásticos. Esta teoria se confunde com a da “fôrça psíquica

15) A teoria espírita — segundo a qual indivíduos denominados médiuns possuem uma aptidão especial para servirem de intermediários entre os mundos físico e espiritual.Esta é a teoria predominante, que hoje em dia domina as atenções, explica a maioria dos fatos e é plenamente confirmada pelas realidades. Não nega que haja fenômenos de psiquismo individual,de animismo como se costuma dizer; êstes são também fenômenos de mediunismo, que reforçam a teoria espírita e em nada lhe afetam a autenticidade científica.


* * *
A lista como se vê, é grande, podendo ainda ser aumentada, e não cabendo aqui analisar, como dissemos, cada uma destas concepções de per si, nos limitamos apresentar mais para diante nosso ponto de vista e defendê-lo à luz de conhecimentos gerais do campo espiritualista.No que respeita, porém, a ser a mediunidade um fenômeno orgânico,desde já divergimos, em parte, para dizer que a mediunidade normal, natural, é uma circunstância tôda pessoal que decorre do grau de evolução de cada um de nós. Evoluindo conquista o indivíduo crescente percepção espiritual que lhe vai permitindo cada vez maiores contactos com a criação divina, conquanto possa também, em certos casos, obter tais percepções como dádiva, como graça,conforme veremos mais tarde (2).
(2) Trata-se da forma corrente de mediunidade,a mais generalizada,que denominamos — de prova.

Mas quanto à faculdade em si mesma julgamo-la tôda espiritual,não orgânica, e todos nós a possuimos e a estamos exercendo,nos limites de nossas possibilidades próprias.

Cada Espírito possui sua“tonalidade própria, como sua“luz”própria, seu “diapasão” próprio de vibrações e por fôrça dêssses valores intrínsecos se manifesta e interfere nos ambientes em que vive, que lhes sejam correspondentes ou, melhor dito, afins. É tudo uma questão de grau que faz com que os fenômenos naturais e a coisas espirituais sejam mais ou menos aparentes, perceptíveis, compreensíveis a uns e outros.
Se as próprias Escrituras dão a mediunidade como uma herança do homem, desde que se edifique no campo da vida moral, compreende-se que a mediunidade natural não é previlégio de alguns, mas patrimônio comum de todos, quando atingidos estiverem degraus mais altos da escada da evolução.

Livro: Mediunidade
autor: Edgard Armond

abçs,fraternos

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