19.1.12

Mediunidade: DESDOBRAMENTO: Inconsciente e Consciente

Desdobramento  
Desdobramento é um processo de exteriorização do perispírito e dele decorrem vários outros fenômenos, de nomes bizarros, mais para diante enumerados, que os investigadores do psiquismo indevidamente entronizam em separado e de forma independente. 

No desdobramento o Espírito, no veículo menos denso do perispírito, abandona o corpo carnal ao qual, todavia, como sempre sucede nestes casos, permanece ligado pelo cordão umbilical fluídico. 

Nesse estado de relativa liberdade, análogo ao sono, passa a agir de certa forma e pode afastar-se a consideráveis distâncias.

Por se tratar de um desligamento de corpos é que incluímos o desdobramento nà categoria dos efeitos físicos, na qual poderiam também ser incluídos os estados de sono e de morte, que são também efeitos físicos: e se o sono, neste nosso trabalho, está no capítulo da Lucidez é porque, como já dissemos atrás, representa um período de transição  para o sonho, que é fenômeno de lucidez. 

O desdobramento pode ser consciente ou inconsciente, segundo seja voluntário ou compulsório e, como ambos os casos interessam igualmente, vamos enumerar alguns detalhes e inverter a ordem para tratar em primeiro lugar do fenômeno inconsciente. 

Este tanto pode ser provocado por encarnados como por desencarnados que, comumente, se utilizam de processos hipnóticos, mergulhando o paciente em sono sonambúlico. 

Podem também ocorrer em casos de morbidez psíquica: emoções profundas, depressões graves, misticismo exagerado, desejo de desencarne, etc., quando o indivíduo, por efeito desses estados anormais, fica sujeito a forças estranhas e imprevistas. Mas, para este nosso estudo, vamos considerar somente os casos normais, típicos. 


I — DESDOBRAMENTOS INCONSCIENTES 

a) Operadores encarnados 

Iniciam o processo com passes longitudinais desligando o perispirito dos centros da atividade sensorial (plexus, nervos); com isto apagam as percepções do Espírito com o corpo físico e com o mundo exterior, conquanto ele permaneça semi-consciente como no sonho. Prosseguem intensificando a ação dos passes e mergulhando o Espírito em sono sonambúlico durante o qual este perde a consciência e a capacidade volitiva, passando a ser instrumento obediente às influências mentais dos operadores que podem impulsioná-lo na direção que desejarem 

Esta é uma prática perigosa porque, na maioria das  vezes não se pode confiar no critério ou penetrar nas intenções dos operadores, que, comumente, agem com finalidades subalternas. 

b) Operadores desencarnados 

Podem ser: bemfeitores espirituais, que provocam a  exteriorização com fins educativos, ou para a obtenção de efeitos morais, permitindo visitas e contactos benéficos, dos quais o paciente regressa reconfortado e esclarecido; obsessores e vampiros, que agem com intuitos de vingança, dominação ou perversão, e que conduzem o paciente a lugares maus e contactos impuros, dos quais regressa em estado de terror ou de perturbação. 

Nestes casos de vampirismo o corpo físico do paciente corre também sério risco porque, reflexivamente, se sobressalta e padece, enquanto dura a exteriorização; como também e principalmente porque pode ser vítima, nesse estado, de incorporações abusivas de Espíritos maldosos ou intensamente afins, com permanência às vezes demorada, não permitindo mesmo a recuperação do corpo físico, por parte do legítimo possuidor. 

De uma certa forma estes últimos são verdadeiros casos de possessão transitória e nem sempre podem ser impedidos pelos protetores individuais da vítima quando esta, pela sua conduta e condições morais, é solidária na responsabilidade do acontecimento que, comumente, lhe apraz. 


II — DESDOBRAMENTOS CONSCIENTES 

Ou também chamados “voluntários” são os provocados  pelos próprios interessados, no exercício de práticas de auto-realização psíquica. 

Sugerimos as seguintes regras fundamentais: 

1º) Esforçar-se por conservar a consciência própria em todo Ô transcurso do processo e estar sempre animado da convicção do que realiza suas práticas com objetivos nobres e elevados. Esta regra assegura proteção espiritual em todas as circunstâncias. 

2º) Apelar previamente para o protetor espiritual, sem cujo auxílio não deve o operador se aventurar neste campo, porque enquanto dura o desdobramento, qualquer violência ou golpe desferido sobre o perispírito pode refletir no corpo denso. 

3º) De início assumir consigo mesmo o compromisso de não se deslocar para longe do corpo físico e do aposento em que faz o exercício e antes que tenha conseguido plena consciência fora do corpo, contacto com o protetor espiritual e ausência de temor. 

4º) Certeza de que o corpo físico repousa em segurança em lugar adequado, podendo a ele voltar, sem impedimento, assim que o deseje. 

Tomadas estas disposições e consideradas estas diversas circunstâncias, inicie-se então a prática, fazendo tentativas não demoradas (máximo de 30 minutos) e de preferência à meia madrugada, após um sono reparador de algumas horas. 

Observe os primeiros resultados: o modo por que sai do corpo (pela cabeça, pelos flancos, pelos pés, etc.); a posição em que se encontra após a exteriorização; a impressão que lhe causa o corpo físico adormecido, e o ambiente em que se desdobrou, etc., tudo com o fito de conservar a consciência desperta. 

Em momento oportuno, mais tarde, o protetor individual se mostrará e então tudo pode ser ampliado e terá o médium boa e segura companhia para se aventurar no exterior. 

Nos primeiros tempos, enquanto não se dá o desdobramento, haverá desagradável tensão nervosa, pela interferência da vontade no processo natural do desprendimento, porém, conseguido que seja o  primeiro sucesso, a tensão desaparecerá e haverá sempre bem-estar após os exercícios que, nem por isso, todavia, devem ser amiudados. 

Estes são os primeiros passos e as principais recomendações a fazer para o desenvolvimento desta utilíssima capacidade psíquica sendo que tudo o mais, daí para diante, deve ser realizado em pleno  entendimento com o protetor individual. 
Livro: Mediunidade
Autor: Edgard Armond


Paz a todos...

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