6.6.11

Passes e Radiações


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Os passes, na prática livre, são utilizados pelos espíritas sem a menor preocupação de conhecimento prático ou teórico e, nem por isso, sua aplicação se torna menos útil.

Na quase totalidade desses casos, ela é feita por indivíduos já naturalmente selecionados, indicados para essa tarefa, por possuírem mediunidade curadora ou, muitas vezes, por puro impulso de caridade para com o próximo; para esse trabalho mediúnico não se julgava indispensável, nem mesmo necessário, o conhecimento prévio do assunto, porque quase sempre são os Espíritos desencarnados que agem.

Entretanto, também é certo que se os abnegados obreiros se enfronharem nesses conhecimentos e se adestrarem na sua prática,cientificamente, a eficiência do trabalho aumentará e muito facilitada ficará a tarefa dos benfeitores espirituais que, por meio deles, exemplificam, no seio da humanidade, os ensinamentos de bondade e cooperação preceituados no Evangelho do Cristo, que é a nossa Lei.

Ocorre ainda que há inúmeros confrades de boa vontade que se esforçam por colaborar em todos os sentidos, inclusive em curas, como já dissemos, conquanto nem sempre tenham possibilidades ou vagares para realizar estudos especializados, como os necessários para o conhecimento deste assunto.

Ao escrever, pois, este livro, não temos em mira outra coisa que colocar ao alcance de todos, ainda dos menos aptos a esforços intelectuais, o pequeno rol de conhecimentos indispensáveis a uma prática judiciosa das radiações e dos passes, não só para que esta se torne mais eficiente, como também para que se honre e prestigie, cada vez mais, o conhecimento doutrinário do Espiritismo, que não deve ser negligenciado ou desconhecido em nenhum de seus inúmeros aspectos.

No campo da ciência oficial, os passes magnéticos nunca foram aceitos e sua aplicação vem sendo sempre ridicularizada, mesmo quando realizada por médicos e outros profissionais titulados; por isso, como agente terapêutico, só muito rara e excepcionalmente têm sido eles utilizados, e sua prática é até mesmo considerada transgressão legal, sujeita a penalidades.

E o imposto que ainda se paga à rotina e ao preconceito das coisas do passado.Entre os espíritas, todavia, o passe é um agente usual de cura e foi o Espiritismo que promoveu sua reabilitação aos olhos do povo, prestando-lhe desta forma enorme serviço, mormente ao mais humilde e necessitado que,dessa prática, aufere enormes beneficios.

Ao mesmo tempo honrou, assim, o Espiritismo, a memória de todos aqueles que, no campo científico, arrostando com dificuldades de toda sorte, tornaram-se fiadores e pioneiros de sua aplicação: Paracelso e Van Helmont, na Idade Média; na era moderna, Mesmer, Du Potet, Puissegur, Bué, Gauthier,La Fontaine, Deleuse e outros eminentes e devotados investigadores que encarnaram na Terra com essa tarefa e que, apesar de nunca tomados a sério mas, ao contrário, sempre desprezados pelos corifeus das academias, jamais desanimaram e acabaram por estabelecer fundamentos sólidos ao conhecimento e à prática deste eficiente elemento de cura natural.

Não se ignora que tanto os passes como as radiações são conhecidos desde a antiguidade, tendo sido corrente a sua prática, se bem que sempre rigorosamente privativa de iniciados e sacerdotes de várias religiões, em santuários fechados.

O próprio Jesus não ensinou a curar por meio de imposição de mãos?

Mas, se não fora o Espiritismo, promovendo sua generalização e demonstrando sua utilidade para a cura de moléstias fisicas e psíquicas, sem dúvida que tais agentes seriam hoje meras reminiscências de coisas passadas.Mas, mesmo entre os espíritas, o conhecimento dos passes e deficiente e muito empírica sua aplicação; há muito arbítrio pessoal e cada um age como entende, muitas vezes provocando resultados contrários aos desejados ou necessários e assim, como é natural, prejudicando a saúde dos doentes.

A não ser nos casos em que os próprios Espíritos, incorporados em médiuns, dão os passes, nota-se uma generalizada ignorância a respeito deste assunto que, pela sua importância e pelas conseqüências que acarreta, deverá ser tratado com muito mais atenção e interesse.

Para seu conhecimento, repetimos, não há necessidade de estudos prolongados e esforços cansativos sobre tratados massudos e pretensiosos,onde as questões magnéticas e telepáticas, vêm expostas com excesso de palavras , no mais das vezes perfeitamente dispensáveis.

A não ser que se trate de investigadores — que nem sempre se aprofundam nos estudos que lhes interessam — quanto aos espíritas, bastará que assimilem os elementos básicos do conhecimento, para não agirem às cegas ou inconscientemente, e os utilizem, de início, com o elevado propósito de se tornarem úteis ao próximo, porque esta prática está ao alcance de todos, mesmo não havendo mediunidade curadora; todos possuem magnetismo animal curativo e sua fonte universal, na criação divina, está sempre acessível; cada homem, cada ser vivo é um centro atrativo dessa força, uma usina capazde proceder à sua captação, armazenamento e distribuição aos doentes,bastando para isso o desejo sincero e humilde de exercer esse dignificante sacerdócio de caridade evangélica, segundo os ensinamentos d’Aquele que por todos se sacrificou, para salvá-los.

Neste livro, justamente, desejamos fornecer os conhecimentos essenciais para essa realização e isso o fazemos sem pretensão alguma de sabedoria que não possuímos mas, unicamente, com o intuito de servir.

Desejamos concorrer de alguma forma para que o conhecimento e a prática dos passes e das radiações se generalizem cada vez mais, beneficiando a um número sempre crescente de necessitados e encerramos este preâmbulo dizendo que o Espiritismo, igualmente como fez em relação à mediunidade, deve colocar estes preciosos elementos de cura no seu devido lugar, prestigiando-os, apontando-lhes os méritos, esclarecendo quanto à sua natureza e popularizando sua aplicação.


Edgard Armond

Do livro
PASSES E RADIAÇÕES
 
bjs,soninha

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