O valor mediúnico e sua natureza, residem no grau ou na qualidade da sensibilidade orgânica possuída pelo médium, no tom, vamos dizer assim, em que a harpa humana foi afinada.A Terra é um mundo inferior e os Espíritos que aqui vêm, forçosamente comparticipam dessa inferioridade, salvo raras exceções.E os médiuns não se excluem dessa regra geral mas, muito ao contrário, dão-lhe maior evidência.A mediunidade da maioria, portanto, sendo uma marca de inferioridade, de retardamento, de imperfeição, indica que êsses médiuns possuem tonalidade baixa, vibração lenta, luz vaga e imprecisa, sensibilidade grosseira, somente podendo afinar-se com elementos de igual espécie e condições, isto é, com fôrças e entidades de planos inferiores.Decorrentemente, o intercâmbio que por êles se estabelece com o invisível é de valor espiritual inferior ou, na melhor das hipóteses, mediocre. Por isso é que os médiuns de alto valor são raros.Se dividirmos os médiuns em três categorias, correspondentes a três valores qualitativos veremos logo que os da primeira categoria — bons — são raros; os da segunda — médios, são comuns; e os da terceira — maus são maioria.É claro que não estamos subestimando ou desmerecendo aos médiuns pessoalmente mas, simplesmente, classificando-os segundo seus valores mediúnicos; todos nos merecem o maior respeito e suscitam em nós, pela própria natureza edificante de suas tarefas, os melhores sentimentos de afeto e solidariedade.Essa condição generalizada de inferioridade espiritual é também a razão por que a mediunidade de prova traz consigo êsse cortejo doloroso de perturbações físicas e psíquicas que lhes transforma a vida muitas vêzes, em longo e sagrado martírio.É ainda a razão por que a faculdade não é, na maioria dos casos, estável, permanente, segura, mas flutuante, incerta e alternativa, sofrendo altos e baixos, acusando períodos de estagnação ou recrudescimentos mais ou menos prolongados.E nem podia deixar de ser assim porque esta mediunidade de prova em si mesma, como já vimos, é posse transitória, outorgada ao Espírito culposo por tempo determinado e para determinado fim.E, como é natural, os próprios protetores individuais dêsses médiuns, possuem qualidades correspondentes, estão mais ou menos em igualdade de condições, muito embora no desempenho de tarefas úteis e na posse, como é lógico, de um certo adiantamento ou superioridade espiritual sôbre aqueles que protegem ou auxiliam; como cooperadores de entidades mais elevadas, que dirigem agrupamentos e serviços mais amplos e importantes, cumprem êles assim também seu dever e obtêm por êsse modo oportunidade de, a seu turno,melhorarem e evoluirem.
Livro: Mediunidade
autor: Edgard Armond
bjs,soninha
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